sexta-feira, 12 de junho de 2009

A Língua e O Amor


(Em homenagem ao Dia dos Namorados estamos postando novamente uma mensagem de grande sucesso do nosso antigo blog.)


A FORÇA DA LÍNGUA NAS RELAÇÕES AMOROSAS
Vamos analisar as implicações lingüísticas de um texto de Carlos Drumond de Andrade naquilo que se refere aos sistemas dinâmicos da língua. "Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.
Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: algo do céu te mandou um presente divino : O AMOR. Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
Se você preferir fechar os olhos, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua ida.
Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio.Por isso, preste atenção nos sinais.Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!"(CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
Podemos realizar uma adaptação do texto e a mensagem de Carlos Drumond de Andrade para uma explicação sobre o funcionamento dos sistemas dinâmicos da língua nas relações amorosas e relações afetivas dos enamorados, amantes e esposos no matrimônio, a partir da enfoque da Lingüística Dinâmica e Integrativa nos seguintes termos:
O PODER MÁGICO DAS PALAVRAS Os versos de Carlos Drumond de Andrade inspiraram a linguagem e a mensagem da LINGÜÍSTICA DINÂMICA E INTEGRATIVA
para este intercâmbio pelo FÓRUM: É uma forma dinâmica de entender a língua e a lingüística. Quando as palavras de alguém fizerem o seu coração parar de funcionar por um segundo e logo acelerar, preste bem atenção: Que as palavras têm a força do AMOR. Se os olhares se cruzarem, e as palavras alcançarem lá no fundo o coração, fique alerta: Que as palavras têm a força de alcançarem o mais profundo do SER. Se o toque dos lábios for intenso, o beijo apaixonado e as palavras chegarem muito forte na alma, perceba: Que as palavras tem a força de calarem fundo no CORAÇÃO. Nesse dia você poderá entender firmemente que, em determinados usos e contextos, a força das palavras é mágica, cativante e poderosa. E podemos perguntar: Alguém poderá por acaso negar que as palavras são sistemas de força, muito poderosas, do amor e para o amor?
Um dos objetivos da Lingüística Dinâmica e Integrativa é estudar e pesquisar a força das palavras e da língua não somente na política e na sociedade, como também na vida e na interação amorosa.
EXPLICAÇÕES TEÓRICAS O poder das palavras é parte do poder da língua, porque as palavras são unidades ou peças da composição e do sistema de funcionamento da língua, no pleno sentido do termo. Os dados atualmente disponíveis, nos inícios do século XXI, mostram que a língua está constituída pela união integrada de um conjunto de sistemas estáticos, um conjunto de sistemas modelares e um conjunto de sistemas dinâmicos. Porém, as escolas lingüísticas estáticas e dicotômicas do passado, que defenderam a idéia de que “a língua é estática”, desconsideraram nas suas especialidades as dimensões dinâmicas da língua, tão importantes para a vida humana e para a interação lingüística nas relações amorosas dos namorados e amantes, inclusive, nas relações afetivas entre os esposos no matrimônio.
Aquela posição teórica que defende a hipótese de que “a língua é estática” merece duas considerações: 1º Por um lado, essa idéia é um paradigma adequado para a pesquisa lingüística nas especialidades estáticas da Gramática e da Lingüística Formalista, e ofereceu no passado uma contribuição importante para o desenvolvimento desta ciência na pesquisa, descrição e estudo dos sistemas estáticos da língua: É a parte de contribuição que oferece o paradigma estático ao desenvolvimento da lingüística. 2º Porém, por outro lado, quando os setores estáticos, unívocos e dicotômicos radicais da Gramática Tradicional e do Estruturalismo Formalista, negaram os sistemas dinâmicos da língua, como se não existissem, ou como se fossem acessórios ou acidentais, ou como se não pudessem ser investigados cientificamente, cometeram o ERRO TEÓRICO de assumirem uma RETÓRICA MERONÍMICA como se fosse o princípio absoluto da ciência, quando tal posição teórica é a mistura de uma meia verdade e uma meia inverdade, imposta como se fosse a mais pura e absoluta verdade da lingüística. Essa posição teórica não é científica e sim uma pseudociência incongruente com os dados observados e observáveis do fenômeno lingüístico, uma forma sutil de falácia ideológica e retórica. 3º De fato, por razões ideológicas ou interesses pequenos, os setores mais radicais das escolas estáticas do passado impediram, com meios retóricos, políticos, institucionais e econômicos, durante vários séculos, o normal desenvolvimento das especialidades dinâmicas da lingüística, causando um grave prejuízo na formação e capacitação lingüística das novas gerações de cada época. A imposição da idéia obsoleta de que “a língua é estática” nos estudos e nas grades curriculares dos cursos de letras, representa um grave prejuízo histórico e profissional para a formação e capacitação lingüística dos estudantes e profissionais de letras, bem como, em geral, para a formação e capacitação lingüística dos estudantes de 1º, 2º e 3º graus de todas as áreas profissionais. Porque é uma forma de imposição do ensino de uma língua estática, puro sentido e significado, sem energia, sem força, sem vitalidade e sem potência, deixando ao povo lingüisticamente ingênuo e indefeso ante as astúcias lingüísticas dos políticos oportunistas. Porque essa prática e o seu modelo de estudo estático radical, impostos a todos pela inércia do conservadorismo, impedem o normal desenvolvimento das especialidades dinâmicas da lingüística, cuja função é a pesquisa, o estudo e o desenvolvimento dos sistemas dinâmicos da língua, especialmente, dos sistemas produtores de forças de ação, reação e efeitos na interação do cotidiano, bem como dos seus sistemas de força e poder nas esferas da sociedade, da política, da economia, da administração, das instituições, da cultura e das religiões. Contamos com você na campanha e na luta pela implantação da disciplina Lingüística Dinâmica e Integrativa nas grades curriculares dos Cursos de Letras, para darmos uma maior vida e eficácia aos estudos e à profissão. Esperamos a sua participação nos debates do Fórum. Esperamos o feedback dos seus comentários e opiniões. Recife, 10 de fevereiro de 2006 Antonio Torre Medina Doutor em Lingüística pela Universidade de Barcelona Professor do Departamento de Letras da UFPE Recife – PE.


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