segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O QUE É A ENERGIA LINGUÍSTICA E A CEGUEIRA PARADIGMÁTICA?



O QUE É A ENERGIA LINGUÍSTICA 
E A CEGUEIRA PARADIGMÁTICA?
 
Prof. Dr.  Antonio Torre Medina
 
É preciso repensar no século XXI a questão da Língua, da Linguística e da 
Gramática,Porque a Língua não é somente Signo, um sistema que expressa 
sentidos e significados para a comunicação, pois é também um Sistema 
Energético, produtor de Energias e Forças para a ação, a interação e 
a produção. Porque a concepção estática do passado, que defende a falsa 
ideia de que a Língua é Estática,é prejudicial para a cultura e a 
civilização.                 
Até hoje, os estudantes de Letras são preparados para ensinarem a Língua 
como Estática aos estudantes e profissionais de todas as categorias, 
razão pela qual, a educação da escola e da universidade é uma Educação 
Ilustração, que ensina teorias e forma o homem culto; mas, não uma 
Educação com Capacitação Profissional e Empresarial efetiva, porque não 
desenvolve as habilidades e forças linguísticas da produtividade 
profissional e empresarial. Existem evidências de que a escola e a 
universidade capacitam, aproximadamente, a 10 % dos estudantes, 
porém deixam sem capacitação efetiva a aproximadamente 80% ou 90%. 
Por isso, como consequência, domina a fome, a miséria e a 
marginalização para milhões de pernambucanos, nordestinos e brasileiros, e 
para bilhões de seres humanos no planeta Terra, pela falta de capacitação 
profissional e empresarial.                  
Assim, o problema fundamental ou maior da fome no mundo é a falta de capacitação 
profissional e empresarial relativa ou efetiva da população para enfrentar os 
desafios em uma sociedade globalizada terrivelmente imersa no jogo da 
competitividade ao máximo, em que domina a política linguística elitista de 
Maquiavel, e esse problema se inicia pela falta de desenvolvimento das habilidades 
e forças linguísticas da produtividade profissional e empresarial dos estudantes 
de todas as categorias, afetando aos jovens e aos profissionais.  Os gramáticos 
unívocos e os linguistas dicotômicos, pertencentes à Corrente do «Ergon», que 
defendem a falsa ideia de que a Língua é Estática, e impedem o normal 
desenvolvimento das Especialidades Energéticas da Linguística sofrem o mal da 
Cegueira Paradigmática, no sentido do termo em Thomas Kuhn, que lhes impede de ver 
e observar a Energia Linguística. 
Por causa disso, enganam a Cultura e à Civilização com sofismas e retóricas 
metonímicas que funcionam como falsos princípios científicos impondo a falsa ideia 
de que a Língua é Estática.                 
Essa situação geral de falta de capacitação profissional e empresarial da imensa 
maioria da população, pela falta de desenvolvimento das habilidades e forças 
linguísticas da produtividade profissional e empresarial é uma das causas do 
atraso da fome, da miséria e da marginalização de milhões de brasileiros e 
bilhões de seres humanos no Planeta Terra.                
 Os dados da pesquisa da Linguística Dinâmica mostram evidências e provas da 
existência de Sistemas Energéticos na Língua, sistemas linguísticos produtores de 
energias e forças linguísticas capazes de gerarem energias e forças psíquicas, 
mentais, comportamentais, sociais e produtivas.                                 
A ENERGIA LINGUÍSTICA é a capacidade da Língua de produzir ENERGIAS, 
FORÇAS E EFEITOS, na mente, na psique e no comportamento pessoal e social, 
por meio das palavras, frases, orações, formas, estruturas, atos de fala, conversações, 
discursos, textos e obras.                
Numa perspectiva interdisciplinar e integrativa, a Energia Linguística é um conjunto de forças 
geradas, ao mesmo tempo, ou reversivelmente, pelo falante e pela língua. 
A psicologia é a ciência que estuda o fenômeno da força linguística a partir do ponto de vista 
do ser humano que é o falante, enquanto que a linguística dinâmica estuda o fenômeno a partir 
do ponto de vista da língua. São duas dimensões correlatas. Por isso, para a psicologia é o falante
 quem produz a força linguística, enquanto que, para a linguística dinâmica, é a língua o sistema 
energético produtor de forças linguísticas. As duas ciências se completam.                  
Há uma relação dialética entre a língua e o falante, assim como entre a língua e o ouvinte. 
Não há língua sem falantes e sem ouvintes, que juntos constituem uma comunidade linguística. 
Mas, também é verdadeira a inversa: Não há comunidade linguística efetiva e capacitada sem um 
conjunto de falantes e ouvintes que falam com força e eficácia a mesma língua e que desenvolvem
 as habilidades e forças linguísticas da produtividade profissional e empresarial.                 
A língua pode produzir vários tipos de energias e forças linguísticas, por meio das palavras e 
frases emitidas pelos falantes em determinados usos e contextos, as formas e estruturas verbais;
 mas também, conjuntamente, pelos sistemas linguísticos não verbais, como acontece nos 
seguintes exemplos ilustrativos:  
a)     A autoridade de uma pessoa atribui normalmente aos seus atos de fala e discursos uma 
força para produzir determinados efeitos. Podemos dizer que, naquele contexto, é a força 
da autoridade; porém, acontece que essa força é produzida por meio palavras, atos de fala 
e discursos. Por tanto, em determinados usos e contextos, as palavras e atos de fala produzem 
forças causando efeitos. Nesse contexto, a força da autoridade é um componente 
linguístico não verbal, fato no qual se manifesta uma reversibilidade: A autoridade tem a 
capacidade de produzir forças pela sua função, e os seus atos de fala produzem forças linguísticas 
que geram tais efeitos. Assim, o fato manifesta evidências de que a língua em uso possui 
sistemas que produzem energias, forças e efeitos.   
b)     A intenção dos falantes que têmautoridade, carisma ou estratégia comunicativa, 
aporta aos seus atos de fala uma força linguísticapara influenciar a mente, a psique ou o 
comportamento dos interlocutores, causando determinados efeitos mentais, psíquicos, 
comportamentais ou sociais.   
c)     Assim, em determinados usos e contextos, a interação dos interlocutores atribui forças 
linguísticas aos atos de fala dos turnos da sua conversação e do seu discurso, de tal maneira que 
tais forças linguísticas funcionam em um campo de forças maior, produzindo os efeitos. Isso 
significa que tais atos de fala produzem forças linguísticas de parte a parte entre o falante e o 
interlocutor nos turnos da interação. Isso significa que a Língua possui Sistemas Linguísticos 
produtores de energias, forças e efeitos.               
 Podemos apresentar vários exemplos de textos, que produzem energias ou forças linguísticas, 
cansando como consequência energias psíquicas, mentais, comportamentais e sociais. 
 Como primeiro exemplo, podemos analisar o texto de uma brincadeira inteligente e sadia, 
que faz uma definição hilariante da Globalização, uma das modas políticas maiores da atualidade, 
Texto 1 que, pela sua inteligência e conhecimentos compartidos entre o escritor e o leitor, causa 
hilaridade, graça ou surpresa: Uma reação de riso, entretenimento, divertimento, recreio, prazer, 
alegria ou satisfação, que é uma forma ou consequência da Energia Linguística. O riso e a graça 
que a pessoa sente ao escutar o texto é o efeito observável, fruto da ação dos sistemas 
linguísticos energéticos que funcionam no texto.  
Texto  1:  
 “Pergunta: Qual é a mais correta definição de Globalização? 
Resposta: A Morte da Princesa Diana. 
Pergunta: Por quê? 
Resposta: Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de carro dentro 
de um túnel francês, em um carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, 
bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos em motos japonesas.  
A princesa foi tratada por um médico americano, que usou medicamentos brasileiros. 
E isto é enviado a você por um brasileiro usando tecnologia americana - (Bill Gates), e, 
provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa chips feitos em Taiwan, 
e um monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh em uma fábrica de Singapura, 
logo transportado em caminhões conduzidos por indianos, roubados por indonésios, 
descarregados por pescadores sicilianos, re-empacotados por mexicanos e, finalmente, 
vendido a você por judeus, através de uma conexão paraguaia.”                  
 Simplesmente hilariante essa definição da Globalização: É o mundo dos macronegócios e 
macrovaidades em um planeta globalizado pelo capital transnacional, que já está querendo
 globalizar até a Lua e Marte. O texto utiliza inteligentemente situações da atualidade política e 
internacional para criar uma brincadeira com graça e humor, tudo processado e dinamizado pela 
energia que produzem os sistemas linguísticos do mesmo.                   
 O texto poético  “O amor da querida” (T2)  produz um conjunto de energias e forças 
nas relações pessoais e amorosas       
  Texto: 


O amor da querida

Não diga saudade
do corpo e da chama
pro fogo apagar.
Já chego em tua cama
com toda vontade,
prá gente se amar.
                    
O amor da querida
é tudo na vida,
pra graça alcançar.
É a coisa mais boa,
a cama se esquenta
pra gente gozar.
Me pega, me ama
me rasga, me arranha,
me mata de beijo,
e sempre me chama,
me chama de ”Bem.
Te quero de novo,
me leva pra cama,
me faz teu refém,
teu refém, teu refém.
Com muito carinho, 
que nunca se apague
tão grande prazer.
O mundo é meu ninho,
a noite está linda,
a vida e bem vinda
pro meu bem querer.
A minha alma sabe
que tudo em mim cabe,
repleto o meu ser.
Que nunca se acabe
teu querer, teu querer, teu querer
Eu muito te quero,
alegre cantando
esta minha canção.
Da vida só espero
teu corpo tocando
a alma vibrando
o amor e a paixão.
E sempre te amando,
aqui estou te dando,
linda, a chave do meu coração.



        Depois do recital de um poema como este sob o ritmo de uma bonita melodia, me desculpem, não da para entender como podem defender que a Língua é Estática. Somente os maus amados da história podem fazer isso!
            Uma combinação de palavras como a do verso (Texto 2) produz em determinados momentos e contextos uma grande energia lúdica, emotiva e erótica, As palavras são peças e unidades da Língua, que é dinâmica, capaz de produzir energias e forças psíquicas, mentais, comportamentais, sociais e interativas.
                 Negar por meio de teorias estáticas a existência da Energia Linguística, que se manifesta como a capacidade da Língua em uso de produzir forças de ação, reação e efeitos no discurso, na conversação, no texto ou na obra, é criar um sofisma lógico em função de pressupostos e paradigmas estáticos unilaterais e reducionistas do passado. É um abuso paradigmático, uma forma de extrapolação do paradigma estático para os campos das Especialidades Dinâmicas da Linguística.                 O equívoco da extrapolação, generalização e universalização do Paradigma Estático, que foi transformado em um princípio absoluto e universal para a suposta “Linguística Geral”, foi efeito ou resultado de um ERRO TEÓRICO, EMPÍRICO, ANALÍTICO, CIENTÍFICO E FILOSÓFICO, que teve a sua origem nas concepções estáticas e unívocas de Parmênides e Zenão de Eléia, e que se manteve ao longo de muitos séculos pela IMPOSIÇÃO do poderio retórico, ideológico, econômico e institucional da política linguística elitista de Maquiavel e das escolas maiores com posições estáticas, que é preciso superar no século XXI. Esse abuso paradigmático pode ter sido assumido consciente ou inconscientemente, pelas escolas do passado sem terem clara consciência das implicações dos seus pressupostos estáticos, tal vez, com a maior boa vontade dos autores que impuseram à cultura e à civilização esse erro histórico milenar, convertido por uma lógica formal deturpada em um princípio absoluto  e universal da chamada Linguística Geral, um verdadeiro “mito” ou “dogma” supostamente intocável do século XX, que se repete um século depois de outro como se fosse a mais pura e absoluta verdade da ciência e da filosofia, quando é um sofisma que se impõe nas formas de uma retórica meronímica que é uma falácia.                A razão de tal equívoco científico e filosófico foi devidamente explicada por Thomas Kunt, Albert Einstein e Especialidades como A Física Atômica e Nuclear: 1.      Thomas Kun (1970) The structure of scientific revolutions. Chicado: University of Chicago Press 1970). 2.      Albert Einstein   Teoria Especial da Relatividade, 1905Teoria Geral da Relatividade, 1919                Os setores da gramática e da linguística que converteram o paradigma estático em um PARADIGMA ABSOLUTO E UNIVERSAL para todos os campos e especialidades da linguística, não entenderam, no seu dia, AS IMPLICAÇÕES PARA A CIÊNCIA DA EXTRAPOLAÇÃO INDEVIDA DO PARADIGMA ESTÁTICO, que precisa ser relativizado para os campos das Especialidades dos Sistemas Linguísticos Estáticos.               Por isso, é preciso corrigir no século XXI esse erro teórico do passado.                O erro teórico não consistiu propriamente em ter usado o Paradigma Estático nos campos das ESPECIALIDADES ESTÁTICAS da Linguística, como a Gramática e o Estruturalismo Formalista, para delimitar o campo e definir os procedimentos com o objetivo de pesquisar os elementos e sistemas estáticos da Língua (Esta foi a sua valiosa contribuição ao desenvolvimento desta ciência).               Sem dúvida, a Língua tem sistemas estáticos, mas não é estática, pois tem também Sistemas Modelares para a variação do estilo; Sistemas Cinéticos, para a mobilidade dos elementos; Sistemas Energéticos, produtores de Energias, Forças e Efeitos; e Sistemas Gerativos, como observado por Aristóteles, Humboldt e Chomsky.               O erro do passado começou a acontecer quando alguns autores, que depois se tornaram famosos, mestres guias de determinadas escolas, cometeram o equívoco da extrapolação indevida do PARADIGMA ESTÁTICO, como se fosse um paradigma ABSOLUTO E UNIVERSAL DA CIÊNCIA. De forma especial, esse erro agravou-se, quando os setores mais radicais das escolas maiores cometeram o absurdo científico e filosófico da IMPOSIÇÃO DE TAL EQUÍVOCO TEÓRICO, CIENTÍFICO E FILOSÓFICO, como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência, impedindo a aplicação dos Paradigmas Energéticos aos campos da pesquisa dos Sistemas Energéticos da Língua.                  Assim como, a rigor, não existe nenhuma Biologia Geral, nenhuma teoria biológica que seja capaz de justificar e fundamentar a pesquisa e a descrição de todos os sistemas do Organismo Humano, e sim numerosas Especialidades da Ciência Biológica, também não existe nenhuma Linguística Geral, porque não existe nenhuma teoria que consiga pesquisar e definir o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua. O que existem são várias Linguísticas Setoriais e numerosas Especialidades. Assim, por exemplo, a Gramática Tradicional é uma Linguística Setorial com várias Especialidades. Também o Estruturalismo Formalista é uma Linguística Setorial com outras Especialidades, e igualmente a Pragmática na segunda metade do século XX.                Nesse terceiro momento da extrapolação do Paradigma Estático, assumido e entendido como se fosse um Paradigma Absoluto e Universal da ciência, o equívoco inicial, que pode ter sido mais ou menos inconsciente e subliminar, transformou-se no correr das décadas e séculos em um SOFISMA, uma RETÓRICA MERONÍMICA e uma FALÁCIA DESCRITIVA que se impõe como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência.                  O que é preciso fazer no século XXI é colocar o PARADIGMA ESTÁTICO no lugar que lhe corresponde, nos campos das ESPECIALIDADES ESTÁTICAS, para que não seja motivo ou pretexto para que os setores de inércia do conservadorismo impeçam o normal desenvolvimento das Especialidades Dinâmicas e Energéticas. Para isso, é preciso, preliminarmente, desvendar  o  EQUÍVOCO  e a  PÁGINA OCULTA DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA DA LÍNGUA. Porque os setores mais radicais da inércia do conservadorismo estático foram muito astutos e hábeis criando retóricas e ideologias fortes, fazendo acreditar a todo o mundo que aquele EQUÍVOCO EMPÍRICO, ANALÍTICO, EPISTEMOLÓGICO, CIENTÍFICO E FILOSÓFICO era A MAIS PURA E ABSOLUTA VERDADE DA CIÊNCIA E DA FILOSOFIA.                 No passado, foram amplamente pesquisados e desenvolvidos numerosos campos e aspectos das Especialidades Estáticas da Gramática e da Linguística; de tal maneira que os conhecimentos alcançados por aqueles grupos e escolas sobre os SISTEMAS ESTÁTICOS da Língua, da Linguagem e do Fenômeno Linguístico, são conhecimentos importantes acumulados na atualidade. Mas, não podemos perpetuar o ERRO cometido por aqueles autores e escolas que negaram totalmente a objetividade e o valor científico da Linguística Dinâmica e da Corrente da «Enérgeia» , cujo objetivo é pesquisar e descrever os Sistemas Energéticos da Língua.