segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

1º eixo da Linguística: Os sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»



      Como representamos no Gráfico 3, a Língua está constituída pela união integrada de três conjuntos de sistemas de natureza distinta: Por isso, a Língua precisa ser pesquisada a partir de três eixos ou pontos de vista:  a) a partir do ponto de vista dos Sistemas do Plano de Superfície do «Ergon»; b) a partir do ponto de vista dos Sistema do Plano Profundo da «Enérgeia» e da Central Cérebro-Mente-Psique linguística; e c) a partir do ponto de vista dos Sistemas Coletivos Transverbais da Cultura, da Nação e da Civilização.
         No 1º eixo da Linguística, a Língua precisa ser pesquisada a partir do ponto de vista dos sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», onde se situam os pontos de vista fundamentais da Gramática tradicional e da Linguística Modernista do século XX. Porém, omitir, desconsiderar e negar os outros dois eixos da Linguística, o 2º e o 3º, é um equívoco teórico hoje insustentável, porque isso representa ferir as Regras do Discurso do Método de René Descartes e os princípios da Nova Filosofia da Ciência.
         Nos inícios do século XXI, é preciso contestar e reformular na Linguística os paradigmas da Velha Filosofia da Ciência pelos paradigmas e procedimentos da Nova Filosofia da Ciência.
         O Gráfico 4 representa o conjunto dos sistemas linguísticos do primeiro eixo da Linguística.   
        
Gráfico  4


         Como se representa no Gráfico 4, os dados das novas pesquisas mostram que, no Plano de Superfície do «Ergon», a Língua está constituída pela união integrada dos Sistemas Tipo E (Estáticos), Tipo M (Modelares), Tipo D (Dinâmicos), Tipo S (Sígnicos), Tipo P (Pragmáticos), Tipo C (Cinéticos), Tipo € (Energéticos), Tipo V (Verbais) e Tipo N-V (Não-Verbais), que funcionam juntos e integrados no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e na obra.


Tipo E = Sistemas Estáticos;
Tipo M = Sistemas Modelares;
Tipo D = Sistemas Dinâmicos;
Tipo S = Sistemas Sígnicos;
Tipo P = Sistemas Pragmáticos;
Tipo C = Sistemas Cinéticos;
Tipo €  = Sistemas Energéticos;
Tipo V =  Sistemas Verbais;
Tipo N-V  =  Sistemas Não-Verbais



         Assim, no seu Plano de Superfície do «Ergon», a Língua está integrada por vários conjuntos de sistemas e subsistemas, entre os quais podemos destacar:

Os SISTEMAS ESTÁTICOS (Tipo E), que constituem o conjunto dos sistemas linguísticos que funcionam como princípios de identificação e distinção das línguas. É um conjunto constituído pelos sistemas verbais dos fonemas, morfemas, palavras, frases, formas, estruturas, sintagmas e atos de fala, que contribuem para a identificação e distinção das línguas, especialmente, pelos elementos da fonologia, morfologia, sintaxe, estrutura semântica, léxico e gramática.
Assim, a pesquisa e a descrição dos Sistemas Estáticos serviram historicamente para distinguir a língua grega da latina, a latina da espanhola, a espanhola da portuguesa, da catalã ou da galega, a alemã da russa, etc. Por isso, tiveram tanta importância nas primeiras etapas históricas do desenvolvimento desta ciência.
Os Sistemas Estáticos das línguas foram investigados por várias escolas a partir de distintos pontos de vista, desde o período grego clássico até o final do século XX, constituindo várias Linguísticas Setoriais e Especialidades. Entre as escolas que investigaram os sistemas estáticos da língua, podemos destacar: 1) A Gramática (tradicional); 2) O Estruturalismo Formalista; 3) A Gramática Transformacional.
Não há como negar que a língua tem sistemas estáticos; e por isso, a Linguística como ciência precisa constituir e desenvolver várias ESPECIALIDADES ESTÁTICAS. Porém, o equívoco teórico que prevaleceu e dominou durante o século XX foi a opinião que defendeu a falsa e obsoleta ideia de que “A LÍNGUA É ESTÁTICA”, pois a mesma tem sistemas estáticos, mas tem também sistemas modelares e dinâmicos: pragmáticos, semióticos, cinéticos, energéticos e gerativos.
         Existem vários tipos de Sistemas Estáticos na Língua:
            Os Sistemas Estáticos Tipo E¹ são os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações pesquisados e descritos pela Gramática. Não se fundamenta a opinião dos estruturalistas, dos pragmáticos e dos analistas do discurso do século XX que negaram, desqualificaram e desconsideraram radicalmente, por meio de sofismas e falácias, como se não existissem, os sistemas da Gramática, ou como se fossem uma mera subjetividade dos gramáticos, ou como se não tivessem nenhuma objetividade e nenhum caráter científico, quando na nova pesquisa conforme os Paradigmas da Nova Filosofia da Ciência constata-se que esses sistemas existem realmente, e que a gramática que os pesquisou e descreveu ao longo de muitos séculos têm um valor científico relativo e uma objetividade proporcional ao desenvolvimento da ciência naquele período.
         Os Sistemas Estáticos Tipo E² são os sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas, pesquisados e descritos pelos estruturalistas formalistas por meio de paradigmas idealistas e formalistas saussurianos, que foram exaltados durante décadas no século XX e extrapolados para o plano da suposta “Linguística Geral”, impostos a todos como se fossem mitos, dogmas ou verdades absolutas e universais da ciência, tudo medido conforme a ideologia da escola Estruturalista;    
         Os Sistemas Estáticos Tipo E³ são os sistemas verbais e sígnicos estáticos de outras escolas, como de Port Royal ou da Gramática Transformacional, ou os sistemas verbais e sígnicos estáticos integrativos, que os estruturalistas, os pragmáticos e os analistas do discurso negaram durante o século XX como se não existissem, ou como se não tivessem nenhuma objetividade e caráter científico, porém, a sua existência verifica-se pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.

            É oportuno fazer algumas explicações sobre as escolas que pesquisaram os Sistemas Estáticos para deixar mais clara a questão:

1ª. A GRAMÁTICA (tradicional) construiu um conjunto de teorias setoriais que investigaram e descreveram uma parte dos sistemas da Língua, os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações, com paradigmas empíricos e racionalistas, inspirados em Aristóteles, Platão e Sexto Empírico, a partir do ponto de vista do falante, constituindo várias Linguísticas Setoriais e Especialidades, que se relacionam e integram, entre as quais, podemos destacar:
A)   A GRAMÁTICA DA PALAVRA, também denominada de morfologia, inicialmente formulada e constituída por Dionísio de Trácia;
B)    A GRAMÁTICA DA ORAÇÃO ou SINTAXE, formulada por Apolônio Díscolo;
C)  A MORFOLOGIA é uma parte da Gramática da Palavra, de grande relevância para as línguas Indo-germânicas, o grego, o latim, o alemão, o espanhol, o português e outras. Desenvolve a pesquisa e descrição dos morfemas;
D)  A LEXICOLOGIA ou LEXICOGRAFIA é a matriz fundamental da pesquisa do léxico das línguas e da composição dos dicionários, de grande importância e utilidade para o conhecimento das línguas, das culturas e das civilizações ao longo de muitos séculos;
E)   A SINTAXE é uma parte da Gramática da Oração que pesquisa e descreve as funções sintáticas.
F)   OS CAMPOS SEMÂNTICOS foram inicialmente um desdobramento histórico da Sintaxe, constituindo um embrião parcial da Linguística Setorial que no século XX seria denominada de SEMÂNTICA.
G)  Estes campos constituem Especialidades Estáticas da Linguística, no pleno sentido do termo. 


Porém, é preciso entender que o conjunto dos fonemas, morfemas, palavras, formas, estruturas, sintagmas, sistemas sintáticos e semânticos dos gramáticos são apenas uma parte dos Sistemas Estáticos da Língua. O erro maior dos setores unívocos da gramática foi terem considerado que pesquisaram e descreveram o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, como se fosse uma espécie da “Linguística Geral” válida para todas as línguas do passado, presente e futuro. Essa conclusão teórica, implícita ou explícita, é um sofisma: foi uma extrapolação indevida das conclusões das Especialidades Estáticas da Gramática para o plano de uma suposta “Linguística Geral” fruto de uma lógica formal deturpada; e, portanto, é um sofisma que avançou historicamente pelos caminhos da falácia, impondo a todos os setores e especialidades essa meia verdade ou verdade relativista das Especialidades da Gramática para o plano de uma suposta “Linguística Geral”, como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência.  O equívoco científico de Saussure, já estava presente na Gramática unívoca, desde o tempo de Parmênides e Zenão de Eleia. 
Isso significa entender que, conforme os paradigmas da Nova Filosofia da Ciência, os princípios e fundamentos descobertos pela Gramática para o grego, o latim, o espanhol, o português e outras línguas germânicas ou neolatinas não servem, por princípio, para todas as línguas do mundo, como certa concepção absoluta e unívoca da Gramática equivocadamente disseminou. Os princípios da Gramática, como de todas as Especialidades das ciências, são relativos ou relativistas e servem para determinadas línguas ou famílias de línguas; não, para todas as línguas do Planeta Terra, do passado, do presente e do futuro.    

2ª.   O ESTRUTURALISMO FORMALISTA é uma escola linguística do século XX que, sob a inspiração da obra póstuma saussuriana Curso de Linguística Geral (1916), realizou uma primeira revolução científica para a modernidade no campo linguístico; ou seja, formulou uma Linguística Setorial, distinta da Linguística Setorial da Gramática. A partir da concepção e dos paradigmas da obra póstuma saussuriana (1916), o Estruturalismo Formalista criou um conjunto de teorias e especialidades distintas das tradicionais, que investigaram e descreveram outra parte da Língua, o conjunto dos sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas com paradigmas idealistas e formalistas a partir do ponto de vista do ouvinte, constituindo algumas Linguísticas Setoriais e Especialidades. Porém, o Estruturalismo Formalista não pesquisou nem descreveu o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, e sim, somente de uma parte da mesma.
A suposição da “Linguística Geral”, de que o Estruturalismo Formalista teria pesquisado e descrito o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, não é científica; e sim, apenas um jogo de marketing autoexaltado da escola, para tomar das escolas da tradição os espaços institucionais e acadêmicos. É o resultado de um Abuso Paradigmático, possivelmente, por razões da religião ou da política linguística elitista de Maquiavel, que busca a concentração do poder político e econômico no Príncipe e nas elites. É o jogo político da inércia do conservadorismo retrógrado.  
É importante mostrar aqui alguns aspectos relevantes da história da linguística a partir das análises epistemológicas e empíricas, mostrando os equívocos interpretativos do Estruturalismo Formalista:

a)   Em oposição às crenças e opiniões de determinados setores do século XX, os dados das novas pesquisas mostraram que as teorias Estruturalistas e Formalistas não pesquisaram o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da língua; e sim, apenas, um conjunto parcial da mesma, o conjunto dos sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas. Por esta razão, as escolas do século XX não constituíram nenhuma “Linguística Geral”. As teorias mal denominadas de “Linguística Geral” são, na verdade, os princípios gerais de uma Linguística Setorial de inspiração idealista e formalista.  
b)   Os Estruturalistas Formalistas equivocaram-se quando pensaram que estavam pesquisando os mesmos sistemas linguísticos dos Gramáticos com procedimentos científicos distintos e melhores (tentando suplantar os gramáticos). Porém, não os suplantaram, porque os sistemas dos gramáticos são sistemas linguísticos reais distintos dos sistemas dos estruturalistas, e vice-versa: Trata-se de Especialidades diferentes com paradigmas e procedimentos distintos, assim como a cardiologia é distinta da pneumologia, embora o coração e os pulmões se encontrem perto um do outro na caixa torácica.
c)   Os gramáticos pesquisaram e descreveram os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações a partir do ponto de vista do falante, enquanto que os estruturalistas pesquisaram e descreveram os sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas a partir do ponto de vista do ouvinte. Um equívoco dos estruturalistas consistiu em pensarem que as formas e estruturas que pesquisaram eram os mesmos sistemas linguísticos dos gramáticos. Este equívoco foi disseminado e imposto em toda a civilização do Ocidente durante o século XX, mas não se sustenta: Pelo contrário, os dados mostram que são conjuntos distintos, que correspondem a Especialidades diferentes; e isso está de alguma forma patente na obra póstuma saussuriana (1916) por oposição ou por contraste. Só que os estruturalistas dicotômicos, absolutos e lineares, não souberam entender este aspecto da obra póstuma saussuriana. De fato, para Saussure, explicitamente, as palavras e as orações (dos gramáticos ou de qualquer outra escola) não são unidades da “língua” (langue) no sentido do termo conforme a sua concepção. Assim, para Saussure as palavras e as orações dos gramáticos não são as mesmas unidades que as formas e as estruturas dos estruturalistas, não são unidades linguísticas. [1]
d)   Podemos fazer algumas explicações para superar esse equívoco dos estruturalistas: Os sistemas linguísticos dos gramáticos são os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações a partir do ponto de vista do falante; enquanto que os sistemas dos estruturalistas são os sistemas verbais e sígnicos estáticos das formas e das estruturas a partir do ponto de vista do ouvinte. Por isso, os rasgos distintivos dos gramáticos situavam-se nos órgãos articulatórios e na fonação do falante; enquanto que os rasgos distintivos dos estruturalistas situaram-se na audição e no ouvinte. Eram sistemas linguísticos diferentes situados em sujeitos distintos, com paradigmas, estruturas de composição e sistemas de funcionamento diferentes. Porém, durante todo o século XX os estruturalistas impuseram por meio de sofismas e falácias esse equívoco teórico a todos os setores como se fossem verdades absolutas e universais da ciência.  São abusos paradigmáticos de uma escola sobre o campo da outra, hoje insustentáveis. São interferências radicais indevidas do Estruturalismo Formalista nos campos da Gramática, declarando e disseminando equivocadamente a falsa ideia de que a Gramática não tinha nenhum caráter científico, e nenhuma objetividade.   
e)   Deste modo, as teorias do Estruturalismo Formalista do século XX não constituíram nenhuma “Linguística Geral”, porque não trataram do conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua; e sim, somente de um conjunto parcial. Porém, ficaram impondo durante décadas a todos os setores e especialidades da Linguística, os seus sofismas e falácias, como se fossem princípios absolutos e universais da ciência, por meios religiosos, políticos, filosóficos, ideológicos, paradigmáticos e acadêmicos.
f)     Assim, os estruturalistas do século XX equivocaram-se quando pensaram que estavam pesquisando e descrevendo o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da língua. Pelo contrário. Não pesquisaram, por exemplo, os seguintes sistemas:
i.             Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS ESTÁTICOS da Gramática (que eram distintos dos sistemas estáticos do estruturalismo);
ii.            Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS MODELARES E CINÉTICOS da Filologia, da Teoria e Crítica Literária, da Estilística, da Semiótica, da Pragmática e da Análise do Discurso;
iii.           Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS PRAGMÁTICOS da Pragmática;
iv.          Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS SEMIÓTICOS, da Semiótica e da Semiologia; 
v.            Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS ENERGÉTICOS da Corrente da «Enérgeia» e da Linguística Dinâmica;
vi.          Não pesquisaram o conjunto dos SISTEMAS GERATIVOS de Platão, Aristóteles, Humboldt, Descartes e Chomsky.
vii.         Assim, foram numerosos os conjuntos de sistemas linguísticos que o Estruturalismo Formalista omitiu e desconsiderou, deixando-os de pesquisar no século XX, ferindo a Segunda e a Quarta Regras do Discurso do Método de René Descartes.   

         Porém, é preciso entender que a Língua não é estática; que os Sistemas Estáticos são apenas uma parte da Língua, e não o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da mesma.

a)   Os Sistemas Modelares são os sistemas linguísticos da variação no estilo e nas formas de construção do ato de fala, da conversação, do discurso, do texto e da obra; Manifestam-se vários tipos de subconjuntos, de Tipo M¹, Tipo M², Tipo M³;
b)   Os Sistemas Dinâmicos são os sistemas linguísticos que justificam e fundamentam as funções dinâmicas da língua. Possuem vários subconjuntos, de Tipo D¹, Tipo D², Tipo D³;
c)   Os Sistemas Sígnicos são os sistemas linguísticos que expressam sentidos, significados e significações para a comunicação. Manifestam-se vários subconjuntos, de Tipo S¹, Tipo S², Tipo S³, etc.;
d)   Os Sistemas Pragmáticos são os sistemas linguísticos que funcionam como ação ou partes de uma ação. Possuem vários subconjuntos, de Tipo P¹, Tipo P², Tipo P³;
e)   Os Sistemas Cinéticos são os sistemas linguísticos da mobilidade dos elementos. Manifestam-se vários tipos, de Tipo C¹, Tipo C², Tipo C³;
f)     Os Sistemas Energéticos são os sistemas linguísticos produtores de energias, forças, efeitos, eficácia, competência, competitividade, produtividade e poder. O conjunto possui vários subsistemas, Tipo €¹,  Tipo €². Tipo €³;
g)   Os Sistemas Verbais são os sistemas linguísticos operados pelos sistemas verbais, amplamente investigados e descritos pela gramática e pela teoria estruturalista. O conjunto possui vários subtipos, de Tipo V¹, Tipo V², Tipo V³;
h)   Os Sistemas Não Verbais são os sistemas linguísticos operados pelos níveis de significação e energização semiótica. O conjunto possui vários subconjuntos, de Tipo N-V¹, Tipo N-V², Tipo N-V³. 





         Em debate. Assim, podemos observar pelos dados da nova pesquisa que, no plano parcial das Especialidades, às vezes, o PONTO DE VISTA DA ESCOLA pode criar ou determinar o OBJETO PARTICULAR de cada Especialidade, conforme as múltiplas variações das Especialidades das ciências, conforme postula o princípio idealista saussuriano. Porém, no plano geral da noção de Língua e da suposta “Linguística Geral”, é A NATUREZA DA LÍNGUA (captada pelos procedimentos empíricos, analíticos e de experimentação) e não o ponto de vista da escola, que determina o OBJETO DA CIÊNCIA.
         Assim, equivocou-se totalmente o Estruturalismo Formalista do século XX pela maneira absolutista como entendeu e explicou o princípio idealista saussuriano (que postula que “é o ponto de vista da escola que cria ou determina o objeto da ciência”).[2]
         Invocamos a Comunidade Científica dos físicos, dos biólogos, dos astrônomos, dos matemáticos, dos pesquisadores das ciências sociais aplicadas, para que analisem e verifiquem esta questão científica: Se é o ponto de vista da escola ou a natureza do Sistema que determina o Objeto da ciência Porque o princípio científico fundamental é igual na Física que na Biologia, na Matemática, na Astronomia, na Geologia, na Oceanografia, nas Ciências Sociais Aplicadas e na Linguística: Assim, é a NATUREZA do sistema pesquisado, captada pelos procedimentos empíricos, analíticos e de experimentação, o que determina o OBJETO DA CIÊNCIA, e não o ponto de vista da escola.   
         Repetimos: Equivocou-se o Estruturalismo Formalista no século XX, que ao “reinar” e “dominar” nos campos da Linguística, impôs a todos os setores e especialidades, o referido princípio idealista saussuriano de que é o ponto de vista da escola que determina o objeto da ciência, como se fosse um princípio absoluto e universal da ciência. Pelo contrário, como postula a Teoria da Relatividade, esse princípio idealista saussuriano é relativo ou relativista em relação ao tempo, ao espaço, ao campo e aos paradigmas de cada Especialidade.



            SISTEMAS MODELARES (Tipo M) são os sistemas linguísticos que funcionam como princípios da variação no estilo e nas formas de construção do ato de fala, da conversação, do discurso, do texto e da obra.
         Equivocaram-se os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos, os analistas do discurso e os gramáticos unívocos quando negaram nas suas teorias os sistemas modelares da Língua, como se não existissem, quando foram pesquisados e descritos pelos filólogos, pelos teóricos e críticos literários e pelos estilistas. Aquela posição teórica modernista da Corrente do «Ergon» do século XX é atualmente insustentável conforme a aplicação dos princípios e paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.     
         É inegável a ideia de que a Língua possui Sistemas Modelares, próprios da variação no estilo e nas formas de construção do ato de fala, da conversação, do discurso, do texto e da obra, no conjunto dos seus sistemas constitutivos e operativos; pois se não fosse assim, os falantes e escritores não poderiam ter estilos próprios diferentes uns dos outros. É um fato amplamente conhecido e confirmado que cada falante, grupo social, região ou variante tem, ou pode ter, o seu próprio estilo. Isso acontece porque a língua possui em si, no conjunto dos seus sistemas constitutivos e operativos, Sistemas Modelares.
         Os Sistemas Modelares da Língua foram pesquisados por várias escolas e especialidades da tradição e do século XX a partir de vários pontos de vista com distintos paradigmas e procedimentos; como, por exemplo, pela Filologia, a Estilística, a Teoria e Crítica Literária, a Literatura, a Análise do Discurso, da Conversação e do Texto, e várias áreas da Pragmática e da Semiótica.
         Os Sistemas Modelares são tão essenciais e fundamentais quanto os Estáticos para o normal funcionamento da língua. Foi um sofisma ou equívoco científico a falsa ideia de que somente os sistemas estáticos eram essenciais, como defenderam ao longo de séculos determinadas escolas de visão unívoca e dicotômica estreita.
         Podemos distinguir vários tipos de Sistemas Modelares, como por exemplo: Os Sistemas Modelares Tipo M¹, que são os sistemas modelares da variação no estilo e nas formas de construção, da filologia, da teoria / crítica literária e da Estilística, que os estruturalistas, os pragmáticos e os analistas do discurso tentaram negar com sofismas e falácias durante o século XX, como se não fossem sistemas da Língua, como se não tivessem nenhuma objetividade e nenhum caráter científico, quando na nova pesquisa se constata que existem e têm um valor científico relativo aos paradigmas utilizados e ao campo pesquisado, e uma objetividade proporcional ao desenvolvimento da ciência no tempo e na época em que foram formulados.  
         Os Sistemas Modelares Tipo M² são os sistemas modelares da pragmática e dos analistas do discurso, que foram exaltados e extrapolados no século XX para o plano da suposta “Linguística Geral”, assumidos como se fossem verdades absolutas e universais da ciência, tudo medido conforme a ideologia dos pragmáticos dicotômicos.    
         Os Sistemas Modelares Tipo M³ são os sistemas modelares da Linguística Dinâmica e Integrativa e da Corrente da «Enérgeia», entendidos a partir de um ponto de vista relativista e integrativo aberto, que os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos e os analistas do discurso tentaram negaram radicalmente durante o século XX como se não existissem, como se não fossem elementos constitutivos e operativos da língua, negação que é fruto de um sofisma, uma falácia, uma retórica meronímica e um falso princípio científico.
Não se fundamenta a ideia do Estruturalismo Formalista de que a Filologia, a Teoria / Crítica Literária, a Estilística e a Retórica da tradição não têm nenhum caráter científico e nenhuma objetividade. Essas teorias têm um valor científico relativo ao campo das suas Especialidades, e proporcional aos paradigmas e procedimentos utilizados. Têm uma objetividade proporcional ao campo e ao desenvolvimento da ciência no seu tempo.  


SISTEMAS SÍGNICOS (Tipo S) são os sistemas linguísticos que expressam sentidos, significados e significações e operam a comunicação.

Foram amplamente pesquisados por numerosas escolas e Especialidades, que definiram a língua como Signo ou como Sistema de Signos; como, por exemplo, a Gramática, a Filologia, a Teoria e Crítica Literária, o Estruturalismo Formalista, a Pragmática, a Semiótica, a Análise do Discurso da Conversação e do Texto.
         Foram várias as escolas e Especialidades que concentraram o seu trabalho na pesquisa e descrição dos Sistemas Sígnicos ao longo da história. Entre outras podemos destacar a Gramática (tradicional), o Estruturalismo Formalista, o Gerativismo, e a Gramática Transformacional.  
Existem vários autores importantes, que pesquisaram ao longo dos séculos os sistemas sígnicos a partir de vários pontos de vista, com distintos paradigmas e alta qualidade científica nos campos das suas Especialidades; como, por exemplo, Aristóteles, Sexto Empírico, Dionísio o Trácio, Apolônio Díscolo, Ferdinand de Saussure, Chomsky, Johns Lyons, etc. Foram de alguma forma autores pioneiros ou mestres-guias que no campo linguístico situam-se em um patamar de cientificidade que nos parece proporcionalmente semelhante ao de Copérnico e Galiléu para a astronomia. Porém, a língua não é somente um Signo ou Sistema de Signos, pois é também Ação e Energia, um Sistema Energético produtor de energias e forças.

         Os Sistemas Sígnicos Tipo S¹ são os signos semânticos dicotômicos, separados radicalmente dos sistemas semióticos e dos energéticos, como acontece na frase, “a mesa é branca”, conforme o sentido semântico e léxico normal dos termos na Gramática; 
         Os Sistemas Sígnicos Tipo S² são os signos semióticos dicotômicos, quando separados radicalmente dos semânticos e dos energéticos, como no exemplo “Casa de ferreiro espeto de pau”;
         Os Sistemas Sígnicos Tipo S³ são os signos semióticos e semânticos integrativos, conforme a compreensão da Linguística Dinâmica e Integrativa. Neles, os sentidos semânticos se relacionam e integram com os signos semióticos e os energéticos, com os lógicos e os simbólicos no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e na obra.  


SISTEMAS DINÂMICOS (Tipo D) são os sistemas linguísticos que funcionam e operam como princípios justificativos das funções dinâmicas da Língua, que é complexa, multidimensional e multivariável.  Os dados das pesquisas mostram que a Língua possui vários tipos de sistemas dinâmicos, entre os quais podemos destacar os Pragmáticos, os Cinéticos, os Energéticos, os Gerativos, e outros, como os psíquicos, os mentais, os neurológicos, os neurofuncionais, os genéticos, os inatos, etc. Por isso, a ciência Linguística precisa constituir e desenvolver vários tipos de Especialidades Dinâmicas, como a Especialidade Pragmática, a Especialidade Energética, a Especialidade Cinética, a Especialidade Gerativa, a Especialidade Psicolinguística, a Especialidade Neurolinguística, a Especialidade Genética, a Especialidade Inata, etc.      
         Os Sistemas Dinâmicos Tipo D¹ são os sistemas dinâmicos da pragmática dicotômica, que são Sistemas Cinéticos, próprios da mobilidade dos elementos, sem nenhuma capacidade produtora de Energias, Forças e Efeitos;
         Os Sistemas Dinâmicos Tipo D² são os sistemas dinâmicos e energéticos da Linguística Dinâmica e Integrativa, produtores de energias, forças e efeitos no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e na obra.
         Os Sistemas Dinâmicos Tipo D³ são os sistemas dinâmicos e energéticos integrativos de qualquer escola que relaciona e integra normalmente os sistemas dinâmicos sígnicos e energéticos;
Sobre os Sistemas Dinâmicos trataremos várias vezes mais amplamente, especialmente sobre os Sistemas Energéticos. Não tem sentido que os Pragmáticos Dicotômicos declarem e defendam, por meio de falsos princípios científicos insustentáveis, que a Língua não tem Sistemas Energéticos, alegando que tem Sistemas Pragmáticos, ou que eles já os pesquisaram para tentarem negar à Linguística Dinâmica o direito de pesquisá-los e transmitir os conhecimentos alcançados.
Os Sistemas Pragmáticos são dinâmicos, porque são Cinéticos, pela mobilidade dos elementos. Mas, a Língua possui também entre os seus Sistemas Dinâmicos, os Sistemas Energéticos e os Sistemas Gerativos.  


SISTEMAS PRAGMÁTICOS (Tipo P) são os sistemas linguísticos dinâmicos pelos quais o uso da Língua funciona ou pode funcionam como ação ou parte de uma ação em determinados usos e contextos, quando falar ou escrever é agir ou realizar uma ação.
         A pesquisa sobre os sistemas pragmáticos foi introduzida por John Austin, e desenvolvida pela Pragmática. Austin observou com precisão e objetividade este tipo de sistemas, realizando uma distinção entre três tipos de atos de fala:
 Atos Locucionários, que tem a qualidade de expressarem sentidos e significados e descreverem algum estado de coisas;
1)   Atos Ilocucionários, que produzem forças ilocutivas;
2)   Atos Perlocucionários, que produzem efeitos perlocucionários.[3]

         Austin propõe-se no seu trabalho de pesquisa corrigir ou superar a vetusta suposição de que a língua era somente um signo para expressar sentidos e significados ou descrever algum estado de coisas, e defende que passar por alto as possibilidades pragmáticas (que agora se percebem), tal como antes era comum, é cometer a chamada “falácia  descritiva”.[4]

                   Os Sistemas Pragmáticos são parcialmente dinâmicos, pela introdução da pesquisa dos Sistemas Cinéticos, próprios da mobilidade dos elementos; porém, a escola da Pragmática Dicotômica conserva uma lacuna no campo linguístico, por omitir, desconsiderar ou negar os Sistemas Energéticos da Língua no sentido dos termos nas Regras do Discurso do Método de René Descartes.

          
         SISTEMAS CINÉTICOS (Tipo C) são os sistemas linguísticos da mobilidade dos elementos. Assim, por exemplo, observamos que os fones, os fonemas, as sílabas, os morfemas, as palavras, os sintagmas e os atos de fala têm uma mobilidade potencialmente infinita nas conversações, discursos, textos e obras.
         Os sistemas Cinéticos da Língua foram pesquisados ao longo de toda a história desta ciência, desde o período grego clássico, na tradição e no século XX, por numerosas escolas, a partir de vários pontos de vista com paradigmas distintos. Embora até a presente data nenhuma escola tenha lhes dado esta denominação de Sistemas Cinéticos, são sistemas constitutivos e operativos da Língua essências ou fundamentais.
         Entre as escolas que pesquisaram este tipo de sistemas, podemos destacar a Filologia, a Teoria e Crítica Literária, a Estilística, a Oratória, a Retórica, a Gramática Evolutiva ou Histórica, a Pragmática, a Análise do Discurso, da Conversação e do Texto, a Semiótica e outras. A denominação de Sistemas Cinéticos tem a vantagem de relacionar sistemas linguísticos pesquisados e descritos por escolas tão distintas como a filologia, a estilística, a teoria e crítica literária, a pragmática e a semiótica. 



         SISTEMAS ENERGÉTICOS (Tipo €) são os sistemas linguísticos produtores de energias, forças, efeitos, eficácia, competência, vitalidade, competitividade, produtividade e poder. Foram observados e apontados desde o período grego clássico pela Corrente da «Enérgeia», por autores importantes como Aristóteles, os Estoicos e Humboldt. Porém, por razões ainda pouco esclarecidas na história desta ciência, os setores mais radicais da inércia do conservadorismo das escolas da Corrente do «Ergon» impediram por meios paradigmáticos, retóricos, ideológicos, religiosos, políticos e acadêmicos, o normal desenvolvimento das ESPECIALIDADES ENERGÉTICAS da linguística, de tal maneira que este tipo de sistemas não foi devidamente pesquisado ao longo da história desta ciência, razão pela qual a cultura e a civilização têm poucos conhecimentos científicos e tecnológicos sobre eles, e com muita frequência são negados pelas teorias unívocas ou dicotômicas como se não existissem na língua, na linguagem e no fenômeno linguístico. Mas, a sua existência está comprovada, e é sobre eles que tratam a Corrente da «Enérgeia» e a Linguística Dinâmica.

         São os sistemas linguísticos produtores de energias, forças e efeitos, que, como veremos, são de grande relevância nos campos da existência humana, da sociedade, da cidadania, da profissão, da empresa, da política, da economia, da cultura, do poder, da religião, das relações públicas, relações humanas e relações internacionais.

         A Língua possui vários tipos de Sistemas Energéticos.
         Os Sistemas Energéticos Tipo €¹, são os sistemas energéticos relativistas e integrativos, conforme a perspectiva da Linguística Dinâmica e Integrativa, que funcionam normalmente juntos e integrados com os Sistemas Estáticos, os Modelares, os Dinâmicos, os Pragmáticos, os Cinéticos, os Gerativos, os Semióticos, os Verbais, os Não-verbais, no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e na obra.   
         Os Sistemas Energéticos Tipo €²  são os sistemas energéticos puros, considerados em si, nas suas Especialidades Energéticas específicas e puras, como distintos e separados dos Sistemas Estáticos, dos Modelares, dos Pragmáticos, dos Cinéticos, dos Gerativos. Em determinados estudos e trabalhos a Linguística Dinâmica concentra a sua pesquisa nos Sistemas Energéticos puros. Porém, entende que, ao lado, a linguística precisa desenvolver a Linguística Dinâmica e Integrativa, que pesquisa a relação entre os sistemas energéticos, os estáticos, os modelares, os pragmáticos, os cinéticos, os gerativos, etc.     
         Os Sistemas Energéticos Tipo €³ são os sistemas energéticos quando considerados como absolutos, lineares e dicotômicos radicais por uma operação lógica formal deturpada, posição que também pode existir e se manifestar, como aconteceu com a visão pragmática dicotômica.

Na prática da ação social e política, não existe nenhum discurso, conversação, ato de fala ou obra sem a participação, em ato ou em potência, dos Sistemas Energéticos da Língua, produzindo energias e forças, assim, como não seria possível o funcionamento eficaz do organismo humano sem a participação ativa do conjunto dos sistemas cardiológicos, pneumológicos, neurológicos, linfáticos, anatômicos, fisiológicos, mentais, psíquicos e gastrointestinais.
Assim, por exemplo, por muito distintos que sejam os sistemas cardiológicos dos neurológicos no organismo humano, funcionam normalmente juntos, integrados e mutuamente implicados. Da mesma forma, por muito diferentes que sejam os sistemas linguísticos energéticos dos estáticos; e por muito distintos que sejam uns dos outros, os imperativos, os valorativos e os persuasivos no ato de comando “Por Dios y Por la Pátria, atacar”, funcionam normalmente juntos, integrados e mutuamente implicados.    
         A redução das energias e forças linguísticas às categorias do sentido e do significado, como fez uma longa tradição unívoca e dicotômica, e como fizeram as teorias linguísticas da Pragmática Dicotômica do século XX, sem levarem em consideração os dados empíricos do fenômeno linguístico, é um reducionismo teórico, um equívoco, pela deturpação da lógica formal dos pressupostos. 
Também na linguística, como na física, é preciso fazer uma distinção clara entre os SISTEMAS CINÉTICOS e os ENERGÉTICOS. Precisamos destacar este fato porque os pragmáticos dicotômicos, que defendem na atualidade as teorias linguísticas herdadas do século XX, estão confundindo esses dois conjuntos, criando um novo sofisma para justificar o seu equívoco teórico de negar os sistemas energéticos. No seu jogo confuso da retórica oportunista da linguística elitista de Maquiavel, os pragmáticos dicotômicos equiparam os sistemas CINÉTICOS e os ENERGÉTICOS, tomando os cinéticos pelos energéticos,  disseminando a falsa ideia de que eles pesquisam os SISTEMAS ENERGÉTICOS da língua. Mas, isso é uma inverdade, uma falácia descritiva com o objetivo de continuar enganando a cultura, a civilização e a humanidade negando os Sistemas Energéticos em função da política linguística elitista de Maquiavel.    
Equivocaram-se os estruturalistas, os pragmáticos dicotômicos, os analistas do discurso e os gramáticos quando negaram nas suas teorias sobre a noção da língua, como se não existissem, os sistemas dinâmicos e energéticos, pesquisados pelos partidários da Corrente da «Enérgeia», e agora retomados pela Linguística Dinâmica. Aquela posição teórica que negava a existência dos sistemas energéticos da língua é atualmente insustentável conforme a aplicação dos princípios e paradigmas da Nova Filosofia da Ciência.
Esses dois conjuntos de sistemas da Língua, os CINÉTICOS e os ENERGÉTICOS, são distintos, embora funcionem juntos e integrados no fenômeno linguístico, de tal maneira que precisam ser pesquisados e descritos por Especialidades específicas distintas com paradigmas diferentes; porém, não são contraditórios nem irreconciliáveis, pois funcionam normalmente juntos e integrados no ato de fala, na conversação, no discurso e na obra.
         É pela falta de pesquisa sobre os Sistemas Energéticos da língua e da linguagem, e pelo não desenvolvimento das suas Especialidades Energéticas, que a linguística herdada do século XX é uma ciência atrasada, em relação à física atômica e nuclear, à neurologia, à biologia, à matemática, à ecologia, à astronomia, à oceanografia, à geodésia e a outras ciências que desenvolveram nos seus campos amplamente as suas Especialidades Energéticas durante os séculos XVIII, XIX e XX. A linguística sofreu neste ponto um atraso secular que é preciso superar no século XXI.

         SISTEMAS VERBAIS (Tipo V) são os sistemas linguísticos constituídos pelo conjunto dos fonemas, morfemas, palavras e sintagmas funcionando pelos mecanismos das Estruturas Semânticas e Sintáticas. Foram investigados por várias escolas, entre as quais, podemos destacar a Gramática tradicional, o Estruturalismo Formalista, a Gramática Transformacional e a Semântica.  

         SISTEMAS NÃO - VERBAIS  (Tipo N-V) são os sistemas linguísticos que funcionam pelos mecanismos da significação e energização semiótica, lógica, simbólica e pragmática. Foram pesquisados por várias escolas a partir de vários pontos de vista distintos, pela Semiótica, pela Pragmática e outras escolas. A Língua não se reduz ao conjunto dos sistemas sintáticos e semânticos, como acreditaram as escolas da Gramática, do Estruturalismo Formalista e da Semântica.    



SISTEMAS INTEGRATIVOS


Os dados das pesquisas mostraram que os sistemas que os gramáticos pesquisaram e descreveram ao longo da tradição funcionam normalmente juntos e integrados com os sistemas pesquisados pelos estruturalistas, pelos pragmáticos, pelos filólogos, pelos teóricos e críticos literários, pelos analistas do discurso e pelos linguistas dinâmicos, no ato de fala, na conversação, no discurso no texto e na obra. Isso significa que os distintos tipos de sistemas do Plano de Superfície do «Ergon», acima caracterizados, não funcionam isolados ou separados por uma dicotomia absoluta e radical; e sim, pelo contrário, juntos e integrados.  Os distintos sistemas da língua funcionam normalmente juntos e intergrados, e não separados radicalmente.
A dicotomia ou separação radical entre a língua e a fala, entre a sincronia e a diacronia das teorias do século XX, é um SOFISMA, fruto de um argumento lógico deturpado, inventado pelos pressupostos das teorias unívocas e dicotômicas das escolas da Corrente do «Ergon», uma ideia pseudocientífica que não se sustenta porque é incongruente com os dados empíricos e analíticos do fenômeno linguístico, e entra em contradição com os princípios científicos da Teoria da Relatividade de Albert Einstein, com as regras do Discurso do Método de René Descartes e com a concepção de paradigma de Thomas Kuhn. 
É muito pobre, reducionista e fracionária a forma como se trata a composição da língua nas teorias gramaticais unívocas e nas teorias linguísticas dicotômicas da tradição e do século XX, prejudicando a formação e a capacitação profissional e empresarial de todas as categorias.
Assim, por exemplo, os chamados NÍVEIS DE SIGNIFICAÇÃO SEMIÓTICA, de que trata a Semiótica do século XX, são fenômenos complexos, nos quais é preciso distinguir os níveis de significação e energização semiótica, lógica, simbólica e pragmática. Não somente são signos que expressam sentidos, significados e significações, como ensinaram as teorias da semiótica do século XX, pois, como vamos analisar, são também SISTEMAS ENERGÉTICOS, produtores de energias linguísticas que causam efeitos psíquicos, mentais e comportamentais. Neste sentido, os chamados níveis de significação no século XX são ao mesmo tempo níveis de significação e energização semiótica, lógica, simbólica e pragmática.

Assim, por exemplo, a letra da canção Asa Branca de Luiz Gonzaga, “Quando olhei a terra ardendo qual fogueira de São João”  não é somente um SIGNO que expressa sentidos, significados e significações, pois é também uma AÇÃO ou parte de uma ação requerendo implicitamente a solução dos gravíssimos problemas do Sertão, e um SISTEMA ENERGÉTICO, produtor de energias, forças e efeitos para impulsionar a busca da solução dos mesmos.

A língua em uso manifesta normalmente várias camadas de significação e energização que podem funcionar juntas e integradas:

a)   Manifesta uma camada de significação e energização semântica, como por exemplo, no ato de comando do General Franco na Espanha: “Por Dios y por la Patria, atacar”.
b)   Manifesta uma camada de significação e energização semiótica, como por exemplo, na expressão da cultura “Casa de ferreiro, espeto de pau”, na qual uma parte dos sentidos e energias são processados e operados pelos níveis de significação e energização semiótica;
c)   Manifesta uma camada de significação e energização lógica, como por exemplo, na frase “Duas baratas e duas formigas não são quatro cidadãos de respeito e de bem”, emitida contra um grupo de pessoas que o falante tenta desqualificar por meio de uma ironia;
 No contexto irônico essa frase, não somente expressa sentidos, significados e significações, pois produz também energias e forças irônicas. Assim, a ironia é ao mesmo tempo um SIGNO e um SISTEMA ENERGÉTICO, produtor de energias, forças e efeitos. Com frequência, a ironia energiza as mentes, as psiques, as consciências e os comportamentos.
d)   Como já tratado, a canção Asa branca de Luiz Gonzaga, manifesta uma camada de significação e energização simbólica, onde a fogueira de que fala não é uma fogueira material que alguém tenha feito juntando madeiras e tocando fogo nelas: Não é um incêndio real, e sim, uma fogueira simbólica, que representa “O sol causticante do sertão” que queima e racha a terra, seca as plantações, mata o gado e deixa o povo na pobreza, na miséria e na fome.

         Assim, a camada simbólica da canção Asa Branca de Luis Gonzaga, não é somente um SIGNO que expressa sentidos, significados e significações, pois é também uma AÇÃO pela busca da solução do problema das secas do sertão, e um SISTEMA ENERGÉTICO, produtor de energias, forças e efeitos para mobilizar as pessoas e instituições em busca da solução dos problemas.

Luiz Gonzaga não era um jornalista que somente informava sobre algo, pois era um artista e cidadão consciente que buscava com a sua arte a solução dos problemas do Sertão; e por isso, a sua obra é tão importante para o povo pernambucano e brasileiro.


         Deste modo, os estudos linguísticos da tradição e do século XX são parciais e reducionistas: Não analisam a totalidade dos sistemas linguísticos.  As distintas camadas de significação e energização da língua funcionam juntas como um sistema complexo único e integrado.
         Seguindo a linha de pensamento de Humboldt, a Linguística Dinâmica e Integrativa busca pesquisar a totalidade dos sistemas linguísticos que operam no uso da Língua; por isso, critica os reducionismos teóricos da tradição e do século XX, porque são incongruentes com os dados empíricos e analíticos do fenômeno linguístico, ferem as Regras do Discurso do Método de René Descartes, e não levam em conta os princípios da Nova Filosofia da Ciência.


[1]  Para Saussure, as palavras e orações não são unidades da langue nem de linguística da langue. Curso de Linguística Geral: Versão brasileira:  16; 19-21; 80-81; 130-1312,   Versão Túllio de Mauro: 28-30; 99; 23-28; 150-158. Este fato foi analisado e criticado detalhadamente na obra de  MEDINA, Análise  Crítica da Noção de Língua em Ferdinand de Saussure, Dissertação de Mestrado : 2124; 43-52; 109-142.     
[2]  A Cita da Obra póstuma saussuriana
[3] Austin, ob. cit., vers. bras., 1990, p. 25-26,    ; Austin, ob. cit. vers. esp. 1998, p. 41, 46, 53, 66, 107, 138. Este tema foi detalhadamente pesquisado na Tese doutoral por MEDINA, A.T. (2004) La Noción de Fuerza Ilocutiva en la obra ‘Cómo hacer cosas con palabras’ de Austin. Editora Universitária da Universidade de Barcelona. http://www.tdx.cesca.es/TDX-1001104-094226/., p. 77-205
[4]  Austin, ob. cit., vers. esp.  p. 43.

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