MANIFESTO DE LINGUÍSTICA DINÂMICA
Prof. Dr. Antonio Torre Medina
Fórum de Linguística Dinâmica
RESUMO:
Chegou a hora de fazermos uma Carta Aberta à
Comunidade Científica Nacional e Internacional, um Manifesto contra o abuso paradigmático
do conservadorismo, que há séculos prejudica a formação linguística dos
estudantes de Letras e a capacitação profissional e empresarial de todas as
categorias, impedindo o normal desenvolvimento das Especialidades Energéticas
desta ciência. Estão enganando a cultura e a civilização com sofismas e falsos
princípios científicos, com a imposição da falsa ideia de que a língua é
estática, e perpetuando o atraso das comunidades de Pernambuco, do Nordeste, do
Brasil e do Terceiro Mundo. Há uma questão paradigmática na linguística atual.
Palavras chave: Nova Filosofia da Ciência, Paradigma Energético. A
Língua é «Enérgeia», Atividade, Energia, Força, Vitalidade e Potência.
1º Olhada a
questão científica da linguística a partir dos fundamentos da Nova Filosofia da
Ciência, aparecem evidências de que há dois milênios e meio que os setores
unívocos e dicotômicos radicais das escolas da Corrente do «Ergon» enganam a
cultura e a civilização com sofismas, falácias, retóricas meronímicas e falsos
princípios científicos; como por exemplo, com a imposição da falsa ideia de que
a Língua é Estática.
2º. Também existem evidências de que durante o
ano de 2.016 fará um século que os setores dicotômicos das escolas modernistas
e positivistas da linguística do século XX enganam a cultura e a civilização
com meias verdades, sofismas e falsos princípios científicos.
3º. Requeremos à Comunidade Científica Nacional
e Internacional a verificação da nova hipótese sobre a noção da Língua da
Linguística Dinâmica.
4º Requeremos a verificação da hipótese de
que a Língua não é estática, e de que não é somente um Sistema de Signos, pois
é também Ação e um Sistema Energético, ou seja, um sistema produtor de
Energias, Forças, Efeitos e Poder. A Língua é um Sistema de Sistemas
constituído pela união integrada de Sistemas Estáticos, Modelares, Dinâmicos,
Sígnicos, Pragmáticos, Cinéticos, Energéticos, Gerativos, Verbais e
Não-verbais, que funcionam juntos e integrados no ato de fala, na conversação,
no discurso, no texto e na obra.
4º. Proclamamos o Manifesto de Linguística
Dinâmica contra as dicotomias absolutas que impedem o normal desenvolvimento
das Especialidades Energéticas desta ciência, porque é preciso abrir as portas
dos “feudos” e construir uma “democracia” teórica e um consenso mínimo quanto à
noção de língua e ao objeto da linguística.
6º Fazemos o presente MANIFESTO de
Linguística Dinâmica contra o abuso paradigmático
das escolas estáticas unívocas e dicotômicas radicais da Corrente do «Ergon», que
há mais de dois milênios impõem à cultura e à civilização, com abuso
paradigmático, a falsa ideia de que a Língua é Estática, como se fosse um
princípio absoluto e universal da ciência. Teimam em desconsiderar as dimensões
energéticas da linguagem, omitindo e ocultando todo o trabalho de elaboração
teórica dos autores e escolas da Corrente da «Enérgeia». Porque é preciso
romper com a intransigência das escolas estáticas, unívocas e dicotômicas
radicais, que impedem o normal desenvolvimento das Especialidades Energéticas desta
ciência.
Por todas
essas razões, declaramos e proclamamos:
I.
Depois de mais de dois milênios
em que os equívocos das visões estáticas absolutas de Parmênides (s. VI-V a.
C.) e Zenão de Eleia (s. V a. C.) foram impostos no Ocidente como se fossem
princípios absolutos e universais da ciência, negando em contrapartida a
importância da pesquisa sobre os sistemas energéticas da linguagem, chegou a
hora de relativizarmos o paradigma estático absoluto, de superarmos o abuso do
paradigma estático da inércia do conservadorismo que impõe a ideia
pseudocientífica de que “a língua é estática”.
II.
Há mais de dois milênios que foi
disseminada a falsa ideia de que a terra era uma plataforma plana apoiada nos
sólidos pilares de Hércules e o universo uma abóbada celeste fixa e imutável. De
forma semelhante, aconteceu também na linguística a imposição da falsa ideia de
que a Língua é Estática. Por isso, chegou a hora de colocarmos o Paradigma Estático
no lugar que lhe corresponde, nos campos das Especialidades Estáticas, e fazer
com que os setores das concepções estáticas deixem de impedir o normal desenvolvimento
das Especialidades Energéticas da linguística;
III.
Depois de um século que os
setores dicotômicos radicais do Estruturalismo Formalista impuseram a falsa
ideia de que a língua é estática, definindo-a como “uma forma, não uma
substância” ou como um sistema de relações imateriais e valores puros, ou como
um sistema de signos, ou como um conjunto de formas, estruturas e sistemas
verbais, chegou a hora de desvendar a retórica meronímica que representou a
concepção dos setores dicotômicos radicais daquela escola.
IV.
Depois de um século em que impuseram
na linguística o paradigma formalista-puro como se fosse uma necessidade absoluta
da ciência para todas as especialidades, é hora de superar no século XXI o
abuso da extrapolação do Paradigma Formalista, para situá-lo no lugar que lhe
corresponde, nos campos das Especialidades Formalistas;
V.
Chegou a hora de mostrar equitativamente
os dois lados da questão: Que a dicotomia
é um principio formal relativo dos campos das Especialidades Dicotômicas. Porém,
quando extrapolada e imposta a todas as Especialidades, como se fosse um princípio
absoluto e universal da ciência, converte-se em um erro teórico no plano da
filosofia da linguagem e da noção de língua, porque separa radicalmente, como
se fossem totalmente contraditórios e irreconciliáveis, conjuntos de sistemas
que funcionam normalmente juntos e integrados no ato de fala, na conversação,
no discurso, no texto e na obra. Chegou
a hora de relativizar a dicotomia radical e absoluta, para situá-la no lugar
que lhe corresponde, nos campos das suas Especialidades específicas.
VI.
Depois de um século em que foi
imposto o paradigma formalista-puro como se fosse um princípio absoluto e
universal da ciência, chegou a hora de
superar no século XXI o abuso da extrapolação do paradigma formalista puro para
situá-lo no lugar que lhe corresponde, no campo das Especialidades Formalistas;
VII.
Depois de um século em que foi
criada e imposta a retórica meronímica do Paradigma Linear da geometria plana
euclidiana idealizada, convertida em um princípio absoluto e universal da linguística,
chegou a hora de colocar o paradigma linear no lugar que lhe correspondente, no
campo das Especialidades Lineares.
VIII. Chegou a hora de superar no século XXI o abuso paradigmático da
imposição dos paradigmas estáticos e formalistas unívocos e dicotômicos,
extrapolados como si fossem princípios absolutos e universais da ciência. A
hora de mostrar que aquelas opiniões eram erros teóricos hoje insustentáveis
nos campos da filosofia da linguagem, da linguística fundamental e da noção de
língua.
IX.
Chegou a hora de assumirmos na ciência
linguística a descrição em termos de dinâmica, pela aplicação
aberta e integrada dos Paradigmas Dinâmicos e Energéticos à pesquisa sobre os
sistemas energéticos da língua e da linguagem, sem as dissimulações ideológicas
nem os hermetismos retóricos da política linguística elitista de Maquiavel, que
postula “Todo o poder linguístico para o
Príncipe; nenhum poder linguístico para o povo”. Por isso, se ensina a
língua ao povo como se fosse estática, em função da política. Chegou a hora de
superarmos a inércia do conservadorismo para integrar o Paradigma Energético da
ciência avançada no campo linguístico, para a pesquisa, identificação e
caracterização dos sistemas linguísticos produtores de energias e forças de
ação, reação e efeitos no ato de fala, na conversação, no discurso, no texto e
na obra, e para integrar a hipótese de que a língua é um instrumento potente de
força e poder.
X.
Também durante o século XX, as
tendências dicotômicas radicais têm levado alguns setores ao extremo de imporem
no âmbito linguístico a falácia descritiva da dicotomia absoluta e radical,
para perpetuar o imobilismo, omitindo e negando os sistemas energéticos da
língua, maculando, desqualificando e discriminando os autores e setores que têm
aplicado ao campo linguístico a descrição em termos de dinâmica, pela introdução dos paradigmas energéticos
da ciência avançada, para a identificação e caracterização dos sistemas
energéticos da língua, hipótese postulada por Aristóteles e a corrente da
«Enérgeia» durante o período grego clássico, reforçada no final do século XVIII
pelo trabalho de observação sistemática de numerosas línguas de todos os
continentes pelo linguista alemão William von Humboldt, reforçando a hipótese aristotélica
de que a língua é atividade, energia, força, vitalidade e potência,
trabalho que teve continuidade pelo desenvolvimento da escola humboldtiana
durante os séculos XIX e XX. Porém, essa concepção tão importante foi
desconsiderada e negada por meio do abuso paradigmático e do ocultismo
histórico pelos setores unívocos e dicotômicos radicais da Corrente do «Ergon».
XI.
Depois de várias décadas que as tendências
dicotômicas da Pragmática reduziram a noção austiniana de FORÇA ILOCUTIVA à
categoria do Significado e à Estrutura
Semântica, reduzindo-a a uma “força mínima”, ou a uma espécie de “força
misteriosa” sem forças mentais, psíquicas, intencionais, comportamentais,
estratégicas e interativas do falante na emissão do ato ilocucionário, e depois
de que Levinson prognosticara o colapso da Tese e da Antítese, percebendo o
colapso da tendência dicotômica da pragmática, chegou a
hora de integrarmos na pesquisa linguística o Paradigma Energético da Corrente
da «Enérgeia», que define a língua como atividade, energia, força,
vitalidade e potência: É hora de fazer com que o Paradigma Energético
seja reconhecido e integrado no campo linguístico, como um paradigma
fundamental da ciência, tão importante e relevante nos campos das suas
Especialidades quanto o paradigma estático, o sígnico, o formalista e o pragmático
nos seus próprios campos.
XII.
Chegou a hora de introduzir no
plano mais alto da terminologia linguística as noções aristotélicas e
humboldtianas de energia, força e potência, porque a língua não é somente um Sistema
de Signos para expressar sentidos, significados e significações, e realizar a
comunicação; pois os dados da pesquisa conforme os fundamentos da Nova
Filosofia da Ciência mostram evidências de que a Língua é também um sistema
produtor de energias e forças de ação, reação e efeitos, um sistema energético,
um instrumento poderoso de energização das mentes, das psiques, das
consciências, dos comportamentos e das ações, um sistema de força e poder. Porém
continuam preparando os estudantes de Letras para ensinarem a Língua como se
fosse estática, gerando um prejuízo considerável na capacitação profissional e
empresarial de todas as categorias.
XIII.
Conforme os dados empíricos,
analíticos e epistemológicos da pesquisa, é preciso incluir a categoria de
FORÇA, junto com a categoria do SIGNIFICADO, no plano mais alto da terminologia
linguística fundamental, considerando que é uma categoria formalmente
independente do SIGNIFICADO, localizada no seio do conjunto das CIÊNCIAS OU
ESPECIALIDADES ENERGÉTICAS (formalmente independentes e distintas das
especialidades da SEMIOLOGIA).
XIV.
Os dados empíricos, analíticos e
epistemológicos atualmente disponíveis, levam-nos a conclusão de que é preciso
repensar a concepção fundamental das teorias linguísticas, pois a noção de
FORÇA é na língua tão importante quanto a de SIGNIFICADO, e nalguns aspectos ou
pontos de vista mais importante.
XV.
Os distintos setores da Pragmática precisam
tomar consciência de que essa ideia já está clara e explícita nas obras de
Aristóteles e na obra “Palavras e ações:
Como fazer coisas com palavras” de John Austin;
XVI.
A FORÇA linguística não é da
natureza do SIGNO, do SIGNIFICADO, do SENTIDO ou da SIGNIFICAÇÃO; não é da natureza
da SEMIOLOGIA, e sim dos SISTEMAS ENERGÉTICOS.
XVII.
É hora de superarmos
no século XXI o abuso dos paradigmas estáticos e formalistas dicotômicos,
extrapolados e impostos como si fossem princípios absolutos e universais da
ciência. É a hora de mostrar as evidências de que as visões linguísticas
absolutas e radicais eram erros teóricos fundamentados numa lógica formal
deturpada, hoje insustentável nos campos da filosofia da linguagem e da noção
de língua. Pois, como observa Backtin podem ser qualificados como “O próton Pseudos da Primeira Mentira do
Objetivismo Abstrato”;
XVIII. Chegou a hora de substituir todas as noções de língua unívocas,
estáticas e dicotômicas da tradição e do século XX, por uma nova noção
dinâmica, integrativa e multidimensional nos campos da filosofia da linguagem e
da Linguística Fundamental;
XIX.
As
ESPECIALIDADES ENERGÉTICAS da linguística distinguem-se das ESPECIALIDADES
PRAGMÁTICAS, porque as Pragmáticas tratam dos sistemas da ação,
preferencialmente nos campos da linguagem do cotidiano, enquanto que as ESPECIAQLIDADES
ENERGÉTICAS tratam dos sistemas linguísticos produtores de energias e forças de
ação, reação e efeitos, bem como dos sistemas de energização mental, psíquica,
comportamental, interativa, social e política da língua em uso, amplamente
utilizados por algumas figuras e líderes ao longo da histórica dos povos, como,
por exemplo, por Hitler, Napoleão, Lênin, Mão, Jesus de Nazaré, Maomé, etc. Não
acreditamos que os pragmáticos dicotômicos tenham condições de negar os
sistemas energéticos da língua pela simples razão de que os seus paradigmas
dicotômicos sejam incapazes de percebê-los, identificá-los e caracterizá-los.
XX.
Defendemos
que as teorias linguísticas herdadas da tradição e do século XX, precisam ser
revistas desde os seus fundamentos teóricos, científicos e filosóficos
primeiros.
Por várias razões, parece-nos que existe
uma razão de ser para declarar o presente MANIFESTO nos inícios do século XXI,
contra as posições radicais absolutas assumidas por determinados setores,
contra o abuso da radicalização extrapolada dos enfoques estáticos, unívocos,
dicotômicos, unilaterais e reducionistas, porque é preciso tomar consciência do
equívoco científico historicamente perpetuado pela dependência da ciência da
língua em relação à política linguística elitista de Maquiavel, assumindo pseudoprincípios
como se fossem princípios absolutos e universais da ciência.
A Linguística Dinâmica
é a parte da linguística que assume a tarefa de investigar, identificar e
caracterizar os sistemas energéticos da língua, estimulando o desenvolvimento
das habilidades e forças linguísticas da cidadania e da produtividade
profissional e empresarial.
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