segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O engana-vista da Gramática Unívoca


         Os dados da história mostram que, na verdade, existiram duas correntes de pensamento na Gramática ao longo da história:
a)    A Corrente da Gramática Relativista, Eclética, Integrativa e Aberta, que, considerou que a Gramática é uma Especialidade para a pesquisa e descrição dos sistemas sígnicos e verbais estáticos das palavras e das orações, que sempre se relacionou abertamente, desde Aristóteles e os Estoicos, com a Filologia, a Teoria / Crítica Literária, a Estilística e a Retórica, e permaneceu aberta para com a concepção energética da Corrente da «Enérgeia». Esta corrente entende que a Gramática é uma Especialidade e não uma “Linguística Geral”, pois pesquisou e descreveu uma parte da Língua, e não o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da mesma.

b)    A Corrente da Gramática Absoluta e Unívoca Fechada, que considera a Gramática como uma espécie de “Linguística Geral”,  que teria pesquisado e descrito o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.

         Deste modo, a crítica que aqui formulamos não se refere a todos os gramáticos, e sim à corrente dos gramáticos absolutos e unívocos fechados, que criaram implicitamente com o seu pensamento unívoco, uma espécie de “Linguística Geral”, e impediram com a sua visão fechada e reducionista o normal desenvolvimento das Especialidades Energéticas da Corrente da «Enérgeia».         
         Analisando e comparando os elementos do lado da esquerda e da direita do Gráfico 20, podemos observar que existe um problema científico na forma como a Gramática Unívoca entendeu e definiu a Língua e o objeto da Linguística, problema que foi escondido e camuflado durante séculos pelos setores unívocos da Corrente do «Ergon», afetando à cultura e à civilização.
         Por esse estudo comparativo dos Gráficos, podemos perceber as omissões, esquecimentos e reducionismos da Gramática unívoca, no sentido dos termos em Descartes.   


Gráfico  20
No lado da Esquerda representamos  o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua.
No lado da Direita, os espaços em branco representam os sistemas realmente pesquisados e descritos pela Gramática (os sistemas verbais e sígnicos estáticos das palavras e das orações); enquanto que os espaços em vermelho são as LACUNAS, OMISSÕES E REDUCIONISMOS em relação ao conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua. 



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         Comparando os elementos dos dois lados do Gráfico 20 podemos perceber que há uma enganação ou engana-vista na concepção teórica da Gramática Unívoca em relação à noção de Língua e ao objeto da Linguística.
         A Gramática pesquisou e descreveu uma parte dos sistemas da Língua (representados pelos espaços em branco no lado direito do Gráfico 20); porém, os setores unívocos da Gramática  cometeram o equívoco de ensinarem, disseminarem e imporem a todos os setores a falsa ideia de que a Gramática pesquisou e descreveu o conjunto integral de todos os sistemas constitutivos e operativos da Língua, quando os dados mostram que omitiu, esqueceu e desconsiderou, aproximadamente, 16 conjuntos de sistemas da mesma (em vermelho no Gráfico 20).
         Deste modo, a Gramática de visão unívoca enganou ao longo de séculos a cultura e a civilização, porque desconsiderou, omitiu e esqueceu 16 conjuntos dos sistemas da Língua: Ocultou, desconsiderou e negou, como se não existissem, 16 conjuntos fundamentais da Língua; inclusive, impediu o normal desenvolvimento das Especialidades Energéticas desta ciência.
         Por uma comparação, podemos dizer que é como se uma biologia, desconsiderasse, ocultasse e esquecesse 16 sistemas orgânicos do organismo humano, como por exemplo, o sistema cardiológico, o neurológico, o genético, o linfático, o endócrino, o digestivo, etc., e que somente considerasse três sistemas: o sistema anatômico; o sistema fisiológico e o sistema capilar.
         Questionamos: Que avaliação mereceria tal biologia? Seria considerada uma biologia parcial e reducionista por causa de um equívoco científico.     
         Assim, a referida teoria biológica, que pesquisasse e descrevesse três sistemas orgânicos de um organismo vivo de 19 sistemas orgânicos, omitindo, esquecendo e negando 16 sistemas orgânicos do mesmo, não se sustentaria pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência dos biólogos, pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática. Esta é uma comparação ilustrativa para entender o problema científico da Gramática.

         Também ajuda a entender o problema científico da Gramática unívoca um exemplo da Física. Qualquer teoria física que pesquisasse e descrevesse três elementos ou engrenagens de um motor de 19 engrenagens, omitindo, desconsiderando e negando 16 engrenagens da mesma máquina, não se sustentaria pelos paradigmas da Nova Filosofia da Ciência da Comunidade Científica dos físicos, pois não suportaria o princípio da Dúvida Sistemática.
         Porém, os linguistas e gramáticos da Corrente do «Ergon» fecham os olhos para não perceberem este problema científico na linguística; e impedem que algum autor ou escola da Corrente da «Enérgeia» e da Linguística Dinâmica, pesquisem e mostrem o problema, e desenvolvam as Especialidades Energéticas desta ciência.         

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